QUEM NÃO AMA PAPAI NOEL?

                                          QUEM NÃO AMA PAPAI NOEL?

   Quando os demagogos dão com duas mãos, tiram com dez. De quem? Da classe média, principalmente. Dão com a mão esquerda para os mais pobres, e com a mão direita para os mais ricos.

   Gostam muito de agradar "as massas", que para eles não passam de massas de manobra.

   Amoldáveis, como massas de pão e pastel.

  A classe média, que sofre os maiores sacrifícios tributários para pagar os prejuízos da corrupção e da incompetência, porque não impõe o maior peso nas decisões dos três poderes?

   O Brasil precisa muito da mediocracia.

   Para lutar contra a demagogia, essa doença que ataca a base da pirâmide social.

   E contra a plutocracia, doença do alto da pirâmide.

  Se houvesse um ranking internacional da criatividade política, os congressistas brasileiros estariam em primeiro lugar.

   São mestres em criar benesses com poderes extraordinários: transformam os eleitores em cúmplices. Seus cúmplices. Quem não ama um Papai Noel todo seu?

   Papai Noel é o maior dos cabos eleitorais.

   Papai Noel é o mágico das vitórias políticas.

   Papai Noel, entretanto, desmoraliza a democracia.

  E lá vai o cidadão pagar, resmungando, as contas dessa prodigalidade. O cidadão resmungão não vê que precisa transformar-se, com urgência, no neocidadão, esse que nunca deixará de pressionar os três poderes, para que tenham mais ética e pudor, no administrar o dinheiro do povo.

 Porque, dentre outras endemias, é grave esse fenômeno da nossa política. Quando o legislador de moral "light", como gente ou fantoche, sangra o capital, está sangrando o trabalho também. E quando sangra o trabalho, está sangrando também o capital.

   Doutro lado, quando sangra a saúde, está sangrando a educação também. E quando sangra a educação, está sangrando a saúde também.

   Porque capital e trabalho são irmãos siameses.

   Porque saúde e educação são irmãs siamesas.

 Compartilham, portanto, os azares que lhes são impostos pela desonestidade e pela incompetência dos políticos. Políticos que os próprios cidadãos escalpelados consagram pelo voto. Eta, Brasil surreal.

   É preciso pôr na coleira o Papai Noel cabo eleitoral, mágico eleitoral, subversor máximo da democracia.

  Os Papais Noéis da demagogia fingem ignorar que aos seus inextinguíveis sacos de presentes corresponderão, sempre, inextinguíveis sacos de dívidas públicas, que a classe média inexoravelmente terá de pagar.

   Pagar com suor, insônia e lágrimas.

   Como tem pago, desde os primórdios da república.

                        Zaidan

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